quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Produções Científicas nas malhas da rede: O caso da UFS

Por Renata Maria

[...] nosso fascínio pela tecnologia nos fez esquecer o objetivo principal da informação: informar. Todos os computadores do mundo de nada servirão se seus usuários não estiverem interessados na informação que esses computadores podem gerar (DAVENPORT , 1998, p. 11).

Percorrer diversos campos do conhecimento implica, também, estar conectado à rede mundial de computadores, desfrutando do oceano de informações digitais que são depositadas por instituições de ensino e pesquisa, grupo pelo qual se interessou essa investigação.

Esta assertiva é resultado de uma verificação do contingente de dados socializados em formato digital via web, dentre eles artigos, anais, livros, revistas, dissertações e teses, que tendem a romper com a condição estática da informação, antes retida em páginas que, amiúde, se acumulavam em arquivos sendo devoradas pelas intempéries do tempo.

Em uma das passagens do livro Cibercultura, Lévy (1999, p. 93) fala que, no tocante à divulgação de informação através da internet: “A perspectiva da digitalização geral das informações provavelmente tornará o ciberespaço o principal canal de comunicação e suporte de memória da humanidade a partir do início do próximo século”.

Tal afirmação, de fato, confirma-se nos tempos atuais, pois recorremos cada vez mais à internet para, dentre tantas outras coisas, registrarmos velhas e novas informações de diversos tipos e relevância.

Deveras, no século XXI, o volume de informações depositadas na rede mundial de computadores é incomensurável, e, ainda na pespectiva de Lévy (1999), para navegar nesse oceano de informações, devido ao contingente de dados disponíveis, talvez seja preciso inventar mapas e instrumentos não rígidos, pois, os domínios no ciberespaço não são duráveis.

Eis que a informação, matéria-prima do conhecimento, objeto de desejo dos estudantes, pesquisadores e sábios, componente das transformações da sociedade, passa a ter o seu acesso adensado e desterritorializado graças à rede de fios e máquinas que abrem as janelas do mundo, para o mundo. O mesmo nos diz Silva (2001, p. 22), em outras palavras, quando afirma que:“[...] com as novas tecnologias, o lugar do saber se descentraliza e se expande, fazendo com que o conhecimento esteja em todo lugar e em nenhum lugar.

Certamente, esse manancial de possibilidades nos incita a lançar um novo olhar sobre a relação entre pesquisa, fontes e campo empírico, abrindo novos e auspiciosos caminhos para a articulação entre tecnologia, ensino, pesquisa e produção científica.

Tais indagações são importantes para compor uma floresta de estudos e obras que sirvam como portos de reflexão, no tocante à essa “nova” modalidade de acessar os fundamentos do conhecimento, pois:

Há, portanto, no meio eletrônico, um excesso de informação disponível que torna a produção de conhecimento no processo educativo (integração seletiva de informação) difícil e problemática. Uma das funções cruciais da educação em meio eletrônico (se não a função crucial), hoje, é, precisamente, trabalhar com o educando essas dificuldades de navegação, seletividade e habilidade de integração proveitosa de conhecimento (BELLEI, 2002, p. 98).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELLEI, Sérgio L. P. O livro, a literatura e o computador. São Paulo: EDUC, 2002;

DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. São Paulo: Futura, 1998;

LÉVY, Pierre. Cibercultura. 2. ed. Trad. de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed. 34, 1999;

SILVA, Mozart Linhares da (Org.). Novas tecnologias - educação e sociedade na era da informação. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

* Texto originalmente publicado nos Anais do EDaPECI 2011.

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